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Trump na Casa Branca e o Impacto na Economia Brasileira

A uma semana para a chegada de Trump na Casa Branca, o mundo já experimenta um pouco do que serão os próximos anos. 

Trump na Casa Branca

A troca de presidente nos Estados Unidos, sempre agitou a maioria das economias mundiais, mas, possivelmente, nunca houve tanta preocupação como há com o Trump.

O primeiro susto às vésperas da posse do polêmico presidente, tivemos a notícia de que a Meta vai retirar o importante recurso de checagem das redes. 

Não sei você, mas gostaria de saber o que o Zuckerberg almeja conseguir, demonstrando abertamente o seu apoio a Donald Trump. 

Só para relembrar, Trump é um adepto às fake news, portanto, um crítico ferrenho ao recurso em questão.

Em relação às expectativas com a troca de líder na Casa Branca, já temos algumas sugestões, com base nos pronunciamentos do presidente:

  • Invasões de territórios;
  • Imposição de sobretaxa a produtos importados, principalmente, os vindos da China;

Mas quais serão os impactos positivos e negativos esperados para a economia brasileira? Veja o que pensam especialistas.

Trump e a Taxação de Produtos 

Dentre as decisões políticas e econômicas prometidas por Trump, sem dúvida, uma das que mais podem impactar a economia brasileira é a taxação de produtos importados.

Segundo especialistas, se trata de uma política inflacionária para a própria economia americana, considerando que os custos finais são sempre repassados aos consumidores. 

Assim, caso esse prognóstico se confirme, o Fed, banco central americano (Federal Reserve), será obrigado a manter as taxas de juros altas por muito mais tempo!

Uma estratégia necessária para conter a inflação…

Além disso, não podemos esquecer que juros altos nos Estados Unidos, historicamente atraem mais investidores ao país, já que seus Títulos do Tesouro ficam bem atrativos.

Mas como isso afetaria o Brasil?

Bem… Consequentemente, a ação atrairá recursos que, em cenários diferentes, poderiam ser destinados a mercados emergentes como o nosso.

Maior Oferta de Petróleo

O presidente eleito Donald Trump já deixou claro sua afeição por combustíveis fósseis, algo aplaudido por muitas indústrias. 

As expectativas aqui são altas, mas o aumento da produção de petróleo dos EUA depende muito mais dos sinais do mercado do que do presidente e seus apoiadores.

A exploração dessa commodity nos Estados Unidos já é a maior do mundo, com 12,9 milhões de barris extraídos por dia, segundo o IBP.

Dessa forma, aumentar ainda mais essa produção é algo que precisa ser visto com muita cautela. 

Isso porque o setor do petróleo e seus provedores financeiros podem ganhar com os preços altos. Contudo, a manufatura e transporte se beneficiam com preços baixos.

Em relação aos impactos disso na economia brasileira, não se pode negar que é possível que a política influencie negativamente nossas exportações de petróleo. 

Por fim, o fato de Trump aumentar a oferta mundial de petróleo não é certeza de que os preços do barril vão recuar. 

Afinal, ainda contamos com estoques globais baixos e uma demanda contínua por diesel, gasolina e vários outros derivados do petróleo. 

Impactos na indústria

Outra medida previamente anunciada pelo presidente dos Estados Unidos é a imposição de tarifas que beneficiam o setor industrial americano.

O motivo é simples… Os estados do cinturão da ferrugem, muito popular por sua produção industrial, foram cruciais para a vitória do republicano nas eleições. 

De acordo com analista, felizmente, Trump deve manter o foco em setores que não oferecem competitividade direta com o Brasil, por exemplo:

  • Indústria farmacêutica;
  • Defesa;
  • Semicondutores;

O Professor de economia José Ronaldo de Castro Júnior afirma que o Brasil pode, sim, ser afetado com a taxa de importações.

Isso porque os produtos que mais exportamos para os Estados Unidos são bens industriais. 

No entanto, é preciso observar que essa política não visa o Brasil, ou seja, não somos o principal alvo em relação às medidas protecionistas de Trump. 

Esse posto é inevitavelmente da China, seguido por Alemanha e Japão.

A questão aqui é que exportamos para os Estados Unidos, justamente, uma gama de produtos que temos muita dificuldade de negociar com outros países. 

Dentre esses produtos, podemos destacar:

  • Motores;
  • Veículos rodoviários;
  • Dispositivos médicos;
  • Pelas de computador;
  • Aviões;

Contudo, em relação à exportação de aviões, é provável que o Brasil não tenha problemas, considerando que somos competitivos no mercado.

Outro fator ainda assegura isso… A principal empresa americana desse setor, a Boeing, apresenta muitas dificuldades para entregar aviões. 

A Questão Delicada do Aço

Como já falamos aqui, Trump afirmou diversas vezes durante sua campanha que iria impor tarifas pesadas de importação, evidenciando seu viés protecionista, visto no primeiro mandato.

Sendo assim, devemos observar que o aço é um dos produtos que apresenta mais vulnerabilidade diante dessa política.

Em 2024, os ex -presidente Joe Biden acabou com uma taxa sobre o aço brasileiro que se mantinha em vigor há 30 anos (103,4%).

Mas o que podemos esperar neste momento?

Bem… no primeiro governo, Trump impôs uma sobretaxa de 10% ao alumínio importando e 25% ao aço, contudo, adotou uma cota para as exportações do Brasil. 

Baseado no que o presidente disse em sua campanha sobre adotar medidas protecionistas, é de se esperar a taxação do aço.

Isso porque seu objetivo é taxar produtos que ferem a segurança nacional, o que inclui o aço e isso vai afetar não só a economia brasileiro, mas do mundo.

Nesse cenário, temos duas situações que precisam ser analisadas com cuidado. Primeiro, as duas empresas que mais produzem no Brasil, Usiminas e CSN, podem ser afetadas.

Por outro lado, a Gerdau, empresa que possui sua produção nos Estados Unidos, tem grandes chances de se expandir em território americano.

Como Fica o Agronegócio Brasileiro?

Como a palavra de ordem do governo Trump é sobretaxa, também precisamos ficar atentos aos produtos agrícolas.

A princípio, não há motivos para muito receio, considerando que o agro brasileiro é uma potência e pode compensar as tarifas do Trump com sua força.

Em se tratando das commodities agrícolas, o Brasil já é o mais eficiente, dessa forma, se a tarifa for para todo mundo, nós seguiremos à frente.

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